Beatriz Minghelli 18 janeiro 2017
O ensino deve extrapolar os limites físicos da escola, aproximando-se o máximo possível da realidade local, que é a própria comunidade envolvente.
As estratégias de promoção da saúde incluem, segundo a Carta de Ottawa, o aumento da participação comunitária, onde objetiva-se a capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controlo deste processo (empowerment); este processo visa criar condições que permitam aos indivíduos e aos grupos controlar a sua saúde, a dos grupos em que se inserem e agir sobre os fatores que a influenciam.
A promoção da saúde refere-se a medidas que não se dirigem a doenças específicas, mas que visam aumentar a saúde e o bem-estar individual e coletivo; para isso torna-se necessário o fortalecimento da capacidade individual e coletiva para lidar com a multiplicidade dos determinantes e condicionantes da saúde, sendo importante a atuação sobre os determinantes sócio-ambientais da saúde e políticas públicas intersetoriais, voltadas à melhoria da qualidade de vida das populações e a tendência de diminuição das responsabilidades do Estado, delegando aos indivíduos, progressivamente, o autocuidado.
Como Instituição de Ensino Superior na área da saúde, devemos assumir o nosso papel no auxílio da melhoria da saúde comunitária. Os laços de coesão social e as relações de solidariedade e confiança entre pessoas e grupos são fundamentais para a promoção e proteção da saúde individual e coletiva, incluindo políticas que procurem estabelecer redes de apoio e fortalecer a organização e participação das pessoas e das comunidades em ações coletivas para a melhoria de suas condições de saúde e bem-estar, e para que se constituam em atores sociais e participantes ativos das decisões da vida social.
Ultrapassar os muros da escola traz benefícios não só para a comunidade local, mas também para os estudantes, que têm a oportunidade de consolidar os ensinamentos adquiridos em sala de aula, mas também de despertar valores, como o auxílio ao próximo, saber ouvir e adaptar as suas atitudes e linguagem para diferentes tipos de população: seja ela constituída por bebés, crianças, adolescentes ou idosos.
* Docente da Escola Superior de Saúde Jean Piaget - Algarve (Instituto Piaget) Fisioterapeuta | Doutora em Saúde Pública
|